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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Traumas








Olá pessoal,

Depois de quase 1 ano depois da enchente que ocorreu devido ao tufão na região onde moro, vim falar como Meus meninos superaram.
Nosso bairro foi um dos últimos a ser atingido pela água, porém foi o mais afetado.
Na hora que saímos de casa, a água já havia chegado na nossa porta, no primeiro momento só pensávamos em sair dali o mais rápido, os meninos muito assustados entraram no carro comigo.
Em menos de 5 minutos infelizmente nosso carro foi tomado pela água, e infelizmente paramos debaixo de uma passarela, onde conseguimos ajuda de alguns japoneses que estavam se refugiando ali também.
A água já estava passando da altura do capô do carro.
Nem a roupa do corpo salvava.
Manter a calma nessa hora é muito mais difícil do que acalmar as crianças.
Felizmente todos estavam a salvo, mas não sabíamos a gravidade, nem quanto tempo ficaríamos ali naquela passarela.
Todos nós encharcados, os meninos com fome e sede, não tínhamos nem lugar pra descansar, caindo a ficha que tínhamos perdido tudo, os meninos muito eufóricos, perguntando a todo momento dos carros que tínhamos deixado na água, da nossa casa.
Depois de tudo, conseguimos contato com amigos que foram ao nosso encontro, fomos resgatados, e abrigados na casa de amigos.
O mais difícil foi explicar para os meninos todos os dias, que não tínhamos mais para onde voltar, que a nossa casa estava debaixo da água.
Até hoje o Matheus não se conforma de não ter voltado para a casa "velha", que essa casa que moramos hoje não é a casa dele.
Nos dias mais difíceis ele chora muito pedindo pra voltarmos, pergunta sobre a "cama alta" dele. (Eles dormiam em um beliche)
Nos dois primeiros meses, eles viam a chuva e já se preocupavam, perguntavam se a chuva ia levar essa casa também. 
Graças a Deus hoje o trauma da chuva já não é tão latente, somente das coisas que eles eram acostumados e que ficaram debaixo dagua.
O mais importante nesses casos, e que funciona aqui muito bem, é sempre contar a verdade. Eles vão perguntar sempre, mas nossa obrigação é sempre com a verdade.

Nossa luta já é muita dura, nos resta amenizar qualquer dano.




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